13 de abril de 2009

Caderno GLS jornal O Tempo

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Teatro.Espetáculo “olá, pessoa” mostra conflitos e medos enfrentados por um jovem gay
Realidade, ficção e homossexualidade
Renata Medeiros


Quando as cortinas se abrem, Antônio começa a contar sua história. Personagem do monólogo "olá, pessoa", ele divide com a plateia seus conflitos sobre o tema que, por muitos anos, foi para ele um tabu: sua homossexualidade. Ficção e realidade se misturam durante a encenação e até mesmo o público é convidado a fazer parte do espetáculo, que estreia este fim de semana em Belo Horizonte.
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"Olá, Pessoa", produzida pela Odeon Companhia Teatral, é uma adaptação do livro "E Ninguém Tinha Nada com Isso", de Marcelo Garcia. "Usamos a história contida na obra como eixo para montar o espetáculo", explica o diretor, Carlos Gradim.
É durante uma "palestra", formato proposto pelo diretor, que o personagem chama a atenção para a importância de se respeitar as diferenças. Com irreverência, ele também convida os espectadores da plateia a contarem suas próprias experiências.

"A proposta é envolver o público. Ele irá refazer, conduzir a história. Essa é nossa grande aposta para este espetáculo", comenta Edmundo Novaes, dramaturgo responsável pela adaptação do texto.

É Alexandre Cioletti quem dá vida ao personagem. O primeiro passo do ator foi "mergulhar" na obra de Garcia, mas ele também teve o desafio de interpretar a história como se fosse sua. "Fiz pesquisas em filmes, livros, e construí o personagem a partir de uma percepção própria, tentando fugir de estereótipos", conta.

"Por meio da peça, para nós o importante é mostrar que a única coisa que temos em comum é que todos somos diferentes", finaliza o diretor.

Antigo "hobby" vira uma arma para militância gayFoi entre uma viagem e outra, na incansável espera em aeroportos, que, sem compromisso, o militante Marcelo Garcia começou a escrever sua própria história. O "hobby" se transformou no livro "E Ninguém Tinha Nada com Isso", lançado em 2007, que hoje está em sua segunda versão, e foi inspiração para "Olá, Pessoa". No espetáculo, Garcia é Antônio, mas, apesar do nome diferente, a peça continua fiel à trajetória do autor. "Confesso que, quando assisti a um dos ensaios, fiquei bastante emocionado", comenta. Além de "Olá, Pessoa", Garcia conta ter colhido outros frutos por meio de seu trabalho. "Já recebi cartas de homossexuais dizendo como o livro foi importante para suas vidas, e de mães de gays dizendo que passaram a compreender o filho por meio do livro. Sinto que, de alguma maneira, através da minha trajetória, estou ajudando quem precisa, e este é o barato", comenta. (RM)

FlashTemática. O diretor da Odeon Cia. Teatral, Carlos Gradim, já abordou o tema gay em outros dois trabalhos: na peça "Amores e Restos Humanos" e no curta "Bárbara".

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